Na figura as principais regiões do
corpo humano onde as bactérias vivem
Os
cientistas estão, nos últimos anos, começando a entender como vivem os trilhões
de bactérias que há no intestino de cada ser humano. Em 2006, um estudo na
“Nature” mostrou que gordos tinham um tipo diferente de flora intestinal. Não
se sabia bem se a obesidade era causa ou consequência.
Três
anos depois, um pesquisador americano, Jeffrey Gordon, da Universidade
Washington, propôs na “Science Translational Medicine” que engordar era
consequência. Ele dizia que as pessoas deveriam saber que tipo de bactérias há
em seu intestino para saber se eram vulneráveis à obesidade.
Agora,
um outro trabalho na “Nature” mostra que existem três diferentes tipos de flora
intestinal. Do mesmo jeito que cada ser humano tem um tipo sanguíneo, todos tem
um “tipo intestinal”.
Cada
um representa um tipo de bactéria diferente que predomina no intestino. Assim,
ao menos por enquanto, esses tipos não tem nomes fáceis como “O positivo” ou “A
negativo”, mas “predominância de Bacteroides” ou “predominância de Prevotella”.
Ficou
claro para os pesquisadores que o tipo intestinal nada tem a ver com com a
etnia do indivíduo, com o seu país de origem ou com a sua maneira de se
alimentar.
Como
cada bactéria tem uma eficiência diferente na hora de extrair energia dos
alimentos, é possível que aquele amigo que come feito quem nunca viu comida e
continua magro tenha tido a sorte de nascer com o tipo de flora intestinal
certa.
Os
cientistas, de várias instituições europeias (com colaboração da Universidade
Federal de Minas Gerais), não conseguiram, porém, apontar qual das três floras
intestinais é de gordinho e qual é de “magro de ruim”. Estudaram bactérias de
europeus, americanos e japoneses.
Mesmo
que eles consigam novos resultados, certamente o tipo intestinal não será a
única explicação para a obesidade. Outros fatores, como a alimentação e
questões genéticas não relacionados ao intestino, certamente têm um peso
grande.
De
qualquer forma, não é possível subestimar o papel das bactérias no organismo
humano. Elas são muitas: enquanto o corpo humano tem cerca de 10 trilhões de
células, cada pessoa carrega consigo mais de 300 trilhões de bactérias de todos
os tipos. Ou seja: há bem mais células de bactérias em você do que células de
você mesmo.
Fonte:
SAÚDE DA VIDA (http://www.saudedavida.com.br/termos/cientistas/page/2