(Karl Fern)
Foi um ingênuo sonho de liberdade
Revoando sobre as asas da esperança
Como o sorriso franco de uma criança
Livre dos meandros da vil falsidade
Onde vislumbrei a casta sinceridade
Envolta em progresso e real pujança.
Como se sentisse o sol mais radiante
Brilhando para um glorioso amanhã
Ansiei no meu imo com airoso afã
Ver na alegria do amigo caminhante
Um singelo e abençoado semblante.
Limpo do pecado da oferecida maçã.
Acreditei todos livres dessa mentira
Vivendo em comunhão e irmandade
Aprendendo a viver em felicidade
Sem o culto provocante de tanta ira
Tendo somente a paz como a mira
Esquecido dos antros da falsidade!
Mas eis que a ventura foi impossível
Não há trilha de pérolas pro viajante
O futuro digno sempre será distante
A maldade dissimulada a preferível
O legado do pecado o mais plausível
O querer imediato foi mais vibrante.